Se é preciso enfrentar uma quadrilha de ladrões e falsificadores de arte que se dissimulam na mansão de um diletante excêntrico, numa cidade que não se conhece e onde se acabou de chegar (Amesterdão), convém poder contar com a assistência de três livreiras, de alguns amigos das livreiras e do gémeo univitelino do falsificador-mor. Sem esquecer Judite, que tirou duas semanas de férias na agência de viagens e veio de Lisboa de propósito para oferecer os seus préstimos! Estão reunidos os ingredientes para um triunfo inequívoco do bem.
No minuto seguinte respiravam mais à vontade; e não teve mais história, a viagem rumo às discretas vivendas, situadas nos arredores, que lhes serviriam de esconderijo provisório. Reencontraram os seus dois cúmplices, que os haviam precedido em alguns minutos. Em breve, sobre a mesa da cozinha, mostravam-se, em todo o seu esplendor polícromo, a ruela de Delft e a mulher lendo uma carta. «Apre!», exclamou Lucas. Foi servida uma refeição cozinhada por Max, à base de pão e arenque.
Edições Quasi, 2005, ISBN 989-552-078-6