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Não faltam os motivos para o assassinato. Os principais suspeitos estão reunidos numa casa confortável e acolhedora, apesar do seu estatuto de cena do crime; a vontade de partir não é muita. A sagacidade e experiência do Inspector Fraga deveriam chegar e sobrar para encontrar o criminoso num abrir e fechar de olhos, mas a sua atitude deixa a desejar; dir-se-ia uma vítima de afronta pessoal. Ou talvez sejam os indícios em excesso, que brotam como cogumelos.

REGINA: Vim assim que pude. Posso beber um copo desta água mineral?

INSPECTOR: Senhorita Regina, é verdade ou não que um meio-irmão seu frequentou, e dela foi expulso, a escola de música dirigida pela madrasta do Sr. Dr. Artur, que caiu às mãos do execrável assassino, como todos sabemos?

REGINA: É a primeira vez que ouço tal coisa, mas é verdade.

INSPECTOR: Não lhe parecem coincidências a mais?

REGINA: As coincidências nunca são a mais. Pelo menos é o que eu acho.

INSPECTOR: Tenho a certeza de que havia ainda mais perguntas a fazer. Parece-me inverosímil que não tenha ficado nada por dizer. (Com calor.) Todo o meu ser se revolta contra essa ideia!

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