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Benoni, pintor e cidadão “na força da idade” (como é hábito dizer-se), desapareceu. O seu rasto perdeu-se entre um recanto rural e imaginário da Europa Central e a Lisboa dos anos 90. Encontrar Benoni torna-se uma mistura entre imperativo categórico e obsessão pessoal para alguns dos seus amigos e para um agente da polícia tocado pelo spleen.

Sou eu o mais surpreendido por ter levado até ao fim esta história; ou deverei chamar-lhe este rude descarregar do fardo? Penso que ela se explica a si própria, o que nem é, neste caso, um mérito. A natureza fornece-lhe todos os motivos, tudo o que justifica a desistência, a renúncia; ele nem os esquiva nem os rejeita, segue-os no seu desfile e depois sente-os resvalar da memória.

1ª edição: Editorial Notícias, 1997, ISBN 972-46-0880-8

Reedição: Relógio d'Água, 2016, ISBN 978-989-641-632-4

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