Onde está Mona? À falta de Mona, vamos procurar aquele que a viu numa festa, ou dançar até de madrugada e garantir ao parceiro de dança como seria bom ver as coisas pelos olhos de Mona e admirar com ela o espectáculo do mundo. Do que ninguém duvida é que vale a pena viajar até aos confins mais remotos na esperança de encontrar Mona, mesmo que afinal ela tenha passado o tempo todo a jogar às cartas na sala ao lado.
A: Eu venho de longe, talvez até demasiado longe. Estou a procurar.
U: A procurar uma pessoa, uma coisa ou uma experiência?
A: Estou a procurar uma pessoa.
U: Pois, uma pessoa. Estou a ver. Isso merece respeito.
A: Uma pessoa que eu cobri de insultos e de desconsiderações, por uma questão de táctica, mas por quem eu seria capaz de enfrentar as aventuras mais perigosas, como um cavaleiro andante faz com a sua dama.
U: Sair para o mundo à procura de uma pessoa merece respeito, enfrentar aventuras merece respeito, mas eu não posso deixar-te subir e bater à porta do quarto daquele que tu elegeste como o Ouvinte entre os ouvintes. Não posso mesmo. É uma questão de brio profissional. Pelo menos enquanto ele não acabar de escrever o seu discurso.